quarta-feira, 19 de outubro de 2011

sábado, 15 de outubro de 2011

Amizades

Amigos
 
Os amigos
São tão amigos, que voltam.
São tão fraternos, que se unem.
São tão simples, que cativam.
São tão desprendidos, que doam.
São tão dignos, que amam, compreendem e perdoam.
 
Os amigos
São tão necessários, que sempre se fazem presentes.
São tão grandes, que se distinguem.
São tão dedicados, que edificam.
São tão preciosos, que se conservam.
São tão irmãos, que partilham.
São tão sábios, que ouvem, iluminam e calam.
 
 
Os amigos
São tão raros, que se consagram.
São tão frágeis, que fortalecem.
São tão importantes, que não se esquecem.
São tão fortes, que protegem.
São tão presentes, que participam.
São tão sagrados, que se perenizam.
São tão santos, que rezam.
São tão solidários, que esquecem de si mesmos.
São tão felizes, que fazem a festa.
 
 
Os amigos
São tão responsáveis, que vivem na verdade.
São tão livres, que crêem.
São tão fiéis, que esperam.
São tão unidos, que prosperam.
São tão amigos, que doam a vida.
São tão amigos, que se ETERNIZAM.
 
(Desconheço Autoria)
 

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Maneiras de fazer "Alguém Feliz"

MANEIRAS DE FAZER "ALGUÉM FELIZ"

            (Desconheço autor)

      Dê um beijo,
      Um abraço,
      Um passo em sua direção;
      Aproxime-se sem cerimônia.
      Dê um pouco de calor, do seu sentimento;
      Sente-se perto e deixe passar
      Algum tempo ou muito tempo.
      Não conte o tempo de se dar.

      Aprenda a burlar a superficialidade;
      Sonhe o sonho, sem dúvidas.
      Deixe o sorriso acontecer.
      Rasgue o preconceito.
      Olhe nos olhos.

      Aponte um defeito com jeito.
      Respeite uma lágrima,
      Ouça uma história, ou muitas, com atenção.
      Escreva uma carta ou um e-mail;
      Irradie simplicidade, simpatia, energia!

      Observe as coincidências...
      Não espere ser solicitado, preste favor;
      Converse sério ou fiado,
      Conte uma piada, ache graça.
      Ajude a resolver um problema.

      Pergunte:
      - Por que?
      - Como vai?
      - Como tem passado?
      - O que tem feito de bom?
      - O que há de novo?
      E preste atenção na resposta!

      Sugira um passeio, um bom livro,
      Um bom filme,
      Ou mesmo um programa de televisão.
      Diga,de vez em quando:
      - Desculpe!
      - Muito grato!
      - Não tem importância!
      - Que há-de-se fazer?
      - Dá-se um jeito!


      Tente,
      De alguma maneira.
      E não se espante se a pessoa mais feliz
      do mundo for "VOCÊ"...

terça-feira, 11 de outubro de 2011

J. G. de Araújo Jorge

 

OS VERSOS QUE TE DOU
(J. G. de Araújo Jorge)



Ouve estes versos que te dou, eu os fiz
hoje que sinto o coração contente
- enquanto o teu amor for meu somente,
eu farei versos ... e serei feliz ...


E hei de fazê-los pela vida afora
versos de sonho e amor, e hei depois
relembrar o passado de nós dois...
- ...esse passado que começa agora...


Estes versos repletos de ternura
são versos meus, mas que são teus, também ...
Sozinha , hás de escutá-los sem ninguém
que possa perturbar nossa ventura...


Quando o tempo branquear os teus cabelos
hás de um dia , mais tarde, revivê-los,
nas lembranças que a vida não desfez...


E ao lê-los ... com saudade em tua dor...
hás de rever, chorando, o nosso amor,
hás de lembrar, também , de quem os fez...


Se nesse tempo eu já tiver partido
e outros versos quiseres, teu pedido
deixa ao lado da cruz para onde eu vou...


Quando lá, novamente, então tu fores,
podes colher do chão todas as flores
pois são versos de amor que ainda te dou.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Gesto Amigo

GESTO AMIGO...
(Autor Desconhecido)


Nesta vida inteira vi muitas definições de "amigo"
Nenhuma tão verdadeira quanto esta,
Que tenho agora comigo.

Não foi uma definição escrita, lida ou mesmo falada.
Foi sua atitude bonita, sem ter pedido nada.

Não poupou as palavras, ditas com sinceridade.
Foi leal, foi fiel, sem nenhuma maldade.
Abusou da franqueza dizendo o que achou que devia,
Mas mantendo a fineza, que uma dama merecia.

Mostrou-me o caminho que eu não deveria tomar,
Pois, como um pássaro cego, eu tentava voar.

Na profundidade desse seu gesto, pude compreender:
Você sabia muito mais de mim,
Do que eu deveria saber.

E nesse seu ombro amigo eu pude, inteiro, me apoiar.
Eu que só queria sua mão para segurar.

Para "amigo" não busco mais nenhuma definição,
Porque carrego esse seu gesto
Bem guardado no coração.

domingo, 9 de outubro de 2011

Fernando Pessoa - Qualquer música


QUALQUER MÚSICA

Qualquer música, ah, qualquer,
Logo que me tire da alma
Esta incerteza que quer
Qualquer impossível calma!

Qualquer música – guitarra,
Viola, harmônio, realejo...
Um canto que se desgarra...
Um sonho em que nada vejo...

Qualquer coisa que não vida!
Jota, fado, a confusão
Da última dança vivida...
Que eu não sinta o coração!

(Fernando Pessoa)

sábado, 8 de outubro de 2011

"Copiado de um cartão"

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Afinidade - Artur da Távola

AFINIDADE...
Artur da Távola
Não é o mais brilhante, mas é o mais sutil, delicado e penetrante dos sentimentos. O mais independente, também. Não importam o tempo, a ausência, os adiamentos, as distâncias, as impossibilidades: quando há afinidade, qualquer reencontro retoma a relação, o diálogo, a conversa, o afeto, no exato ponto em que ele foi interrompido, ontem ou há 40 anos.
É não haver tempo mediando a vida. É uma vitória do adivinhado sobre o real. Do subjetivo sobre o objetivo. Do permanente sobre o passageiro. Do básico sobre o superficial. É rara. Mas quando existe não precisa de códigos verbais para se manifestar. Ela existia antes do conhecimento, irradia durante e permanece depois que as pessoas deixaram de estar juntas.
O que você tem dificuldade de expressar a um não afim, sai simples e claro de sua boca diante de alguém com quem tem afinidade. É ficar de longe pensando parecido a respeito dos mesmos fatos que impressionam, comovem ou mobilizam. É ficar conversando sem trocar uma palavra. É receber o que vem do outro com uma aceitação anterior ao entendimento. É sentir com. Nem sentir "contra", nem sentir "para", nem sentir "pelo".
É sentimento singular, discreto. Não precisa nem do amor. Pode existir quando ele está presente ou quando não está. Independe dele mesmo sendo sua filha. Pode existir a quilômetros de distância. É adivinhado na maneira de falar, de escrever, de andar, até de respirar. É linguagem secreta do cérebro, ainda não estudada.
Além de prescindir do tempo e ser a ele superior, ela vence a morte porque cada um de nós traz afinidades ancestrais no inconsciente e que se prolongam nas células dos que nascem de nós e vão para encontrar sintonias futuras nas quais estaremos presentes mesmo mortos (mortos?) há tantos anos. É ter estragos semelhantes e iguais esperanças permanecentes. É conversar no silêncio, tanto das possibilidades exercidas quanto das impossibilidades vividas.
É retomar a relação no ponto em que parou sem lamentar o tempo da separação. Porque ele (tempo) e ela (separação) nunca existiram. Foram apenas a oportunidade dada (tirada) pela vida, para que a maturação comum pudesse se dar. E para que cada pessoa possa ser, cada vez mais, a expressão do outro sob a forma ampliada e refletida do eu individual aprimorado.
Sensível é a afinidade. E exigente, apenas de uma coisa: que as pessoas evoluam parecido. Que a erosão, amadurecimento ou aperfeiçoamento sejam do mesmo grau. É o mais sutil e delicado dos sentimentos.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Gibran Khalil Gibran


A CANÇÃO DA FLOR

 
         Sou uma palavra que a natureza pronuncia e depois recolhe; que ela esconde no seu coração e depois exibe.  Sou uma estrela que caiu da tenda azul sobre um tapete verde.
         Sou a filha dos elementos.  O inverno me concebe.  A primavera me dá nascimento.  O verão me cria.  O outono me deita para dormir.
         Sou a oferenda dos enamorados, sou a coroa do casamento, sou o último presente do vivo ao morto.
         Na aurora, ajudo a brisa a anunciar a chegada da luz; e no entardecer, uno-me aos pássaros para a despedida do dia.
         Movo-me nas planícies, cumulando-as de beleza, e respiro na atmosfera, perfumando-a.  Quando durmo, os mil olhos da noite me contemplam; e quando acordo, contemplo o olho único do dia.
         Bebo o vinho do orvalho, e ouço as canções dos rouxinóis, e danço sob os aplausos das ervas.
         Olho sempre para cima, a fim de ver a luz e não a minha sombra; este é um aspecto da sabedoria que o homem ainda não aprendeu.

Texto do livro “Uma Lágrima e Um Sorriso”, de Gibran Khalil Gibran

quarta-feira, 5 de outubro de 2011


PERMITA SENHOR...
Que eu aceite as minhas derrotas,
assim como fico feliz com as minhas vitórias,
 sem acusar nada ou ninguém ao meu redor.

Que a cada dia eu possa agradecer pelo nascer do sol
como pela noite que se vai.

Que eu possa perdoar a quem me fere sem mágoas,
sem me sentir uma vítima por isso.

Que eu entenda que as dificuldades da vida
 fazem parte do meu crescimento como ser humano.

Que eu possa ser um ombro amigo a quem precise,
sem me sentir especial por isso,
e sem me revoltar quando esse mesmo ombro não é reconhecido.

Que eu seja humilde e perceba que à minha volta
 outros sofrem bem mais do que eu.

Que eu consiga sorrir mais, chorar menos
e ser feliz com o que me deste.

Que eu consiga aprender que sou apenas mais um ser vivo
nesse imenso universo só Seu,
e respeite todas as outras formas de vida como sendo criação Sua.

Que eu tenha mais bondade, piedade, carinho, compreensão
e amor para com meu irmão.

E, principalmente, me ensine a não pensar somente em mim,
deixando de ser egoísta até em minhas orações.

Obrigada, Senhor, pelo teu imenso amor!

Que Jesus ilumine todos os lares
e que o amor se faça presente
nos corações dos homens.
 
(Desconheço Autoria)

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Senhor, fazei de mim um instrumento de vossa paz!


segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Fernando Pessoa - Ah, um soneto...


Ah, um soneto...

Meu coração é um almirante louco
Que abandonou a profissão do mar
E que a vai relembrando pouco a pouco
Em casa a passear, a passear...

No movimento (eu mesmo me desloco
Nesta cadeira, só de o imaginar)
O mar abandonado fica em foco
Nos músculos cansados de parar.

Há saudades nas pernas e nos braços.
Há saudades no cérebro por fora.
Há grandes raivas feitas de cansaços.

Mas – esta é boa! – era do coração
Que eu falava... e onde diabo estou eu agora
Com almirante em vez de sensação...?

 - Fernando Pessoa - 1932 -

domingo, 2 de outubro de 2011

Crônica de Paulo Sant'Ana


A  MULHER  FINGIDA
 
            “Do ponto de vista do homem, a grande mulher é a fingida.  A mulher fingida tem sentimentos muito mais intensos e transbordantes que a mulher sincera.
            A mulher sincera é sempre a mesma: ela é o que é.  Já a mulher fingida é sempre o que o homem quer que ela seja.
            Supondo-se que a mulher, assim afirmam os sexólogos, como o goleiro no futebol, só atinge o primeiro orgasmo aos 29 anos, a mulher sincera relata, até essa libertação, seu calvário, enquanto a fingida se comporta como se, desde as primícias da relação sexual, conseguisse êxtases retumbantes.
            A mulher sincera é a que acorda o homem para a dura realidade.  A mulher fingida é a que desperta o homem para o reino da fantasia.  A mulher sincera encarrega-se sempre do pesadelo, a fingida catapulta o homem para o sonho.
            A mulher sincera é aquela que, quando o homem chega em casa e pergunta se está tudo bem, responde ajeitando a camisola:”Agora vai ficar ainda melhor.”
            A mulher sincera cobra, a mulher fingida promete.  Da mulher sincera o homem só obtém muxoxos rançosos.  Nos lábios da mulher fingida sibilam murmúrios de lascívia.
            A mulher sincera faz sexo.  A mulher fingida realiza uma apresentação.  A mulher fingida tem orgasmo múltiplo.  A mulher sincera, cosquinhas.  A mulher sincera dá só vazão à queixa, à recriminação e à condenação.  À mulher fingida passa sempre despercebido o deslize do homem. 
            Para a mulher sincera, o homem, por mais que se esmere em provê-la, é um doador de esmolas.  A fingida, por mais avarento que o homem lhe seja, considera-o um exemplo de prodigalidade.
            A mais autêntica e atraente manifestação feminina é o fingimento.  A mulher finge que é alta no salto do sapato e que seu rosto é sempre belo pela maquiagem.  E seu corpo aromático pelo perfume e bem torneado pelas calças justas.  E finge seios opulentos com o silicone.
            A mulher sincera vive no médico e no dentista.  A mulher fingida mora na sauna e no salão de beleza.  A mulher sincera é lamurienta e pessimista.  A fingida é afetada, coquete e otimista, profissional do sorriso e das carícias.  A mulher sincera é um personagem, a fingida, uma atriz.  Se está tudo bem na relação conjugal, tanto a mulher sincera quanto a mulher fingida se mostram realizadas.  Mas a mulher fingida leva a vantagem de também se sentir realizada quando tudo se depara adverso ao casal.  A mulher fingida aprimora a técnica de só se mostrar aborrecida quando está longe de seu homem.  A sincera deixa para revelar o auge da melancolia e da irritação quando seu homem está presente.
            De tanta admiração que ela tem pelo homem, as amigas da mulher fingida sentem-se invejosas dela.  Para as amigas da mulher sincera chega a ser surpreendente que não se separe do marido, tantas são as críticas que ela lhe destina.
            Eu amo a sinceridade da mulher fingida.  E acho que é tão chata e exagerada a sinceridade da mulher sincera que ela só pode estar fingindo.”

- Crônica de Paulo Sant’Ana na Revista Época Nº121 (11/09/2000)