domingo, 31 de março de 2013
sexta-feira, 29 de março de 2013
quarta-feira, 27 de março de 2013
terça-feira, 26 de março de 2013
Para minha filha, meu genro e meu neto!
TEXTO
MARAVILHOSO DEDICADO A TODAS AS MAMÃES E FUTURAS MAMÃES!
Nós estamos
sentadas, almoçando, quando minha filha casualmente menciona que ela e seu
marido estão pensando em “começar uma família”.
— Nós estamos
fazendo uma pesquisa — ela diz, meio de brincadeira. — Você acha que eu deveria
ter um bebê?
— Vai mudar a
sua vida — eu digo, cuidadosamente, mantendo meu tom neutro.
— Eu sei — ela
diz. — Nada de dormir até tarde nos finais de semana, nada de férias
espontâneas…
Mas não foi nada
disso que eu quis dizer. Eu olho para a minha filha tentando decidir o que
dizer a ela. Eu quero que ela saiba o que ela nunca vai aprender no curso de
casais grávidos. Eu quero lhe dizer que as feridas físicas de dar à luz irão se
curar, mas que tornar-se mãe deixará uma ferida emocional tão exposta que ela
estará para sempre vulnerável.
Eu penso em
alertá-la que ela nunca mais vai ler um jornal sem se perguntar: “E se tivesse
sido o MEU filho?”; que cada acidente de avião, cada incêndio irá lhe
assombrar; que quando ela vir fotos de crianças morrendo de fome, ela se
perguntará se algo poderia ser pior do que ver seu filho morrer.
Olho para suas
unhas com a manicure impecável, seu terno estiloso e penso que não importa o
quão sofisticada ela seja, tornar-se mãe irá reduzí-la ao nível primitivo da
ursa que protege seu filhote; que um grito urgente de “Mãe!” fará com que ela
derrube um suflê na sua melhor louça sem hesitar nem por um instante.
Eu sinto que
deveria avisá-la que não importa quantos anos investiu em sua carreira, ela
será arrancada dos trilhos profissionais pela maternidade. Ela pode conseguir
uma escolinha, mas um belo dia entrará numa importante reunião de negócios e
pensará no cheiro do seu bebê. Ela vai ter que usar cada milímetro de sua
disciplina para evitar sair correndo para casa, apenas para ter certeza de que
o seu bebê está bem.
Eu quero que a
minha filha saiba que decisões do dia a dia não mais serão rotina; que a
decisão de um menino de 5 anos de ir ao banheiro masculino, ao invés do
feminino, no McDonald's, se tornará um enorme dilema; que ali mesmo, em meio às
bandejas barulhentas e crianças gritando, questões de independência e gênero
serão pensadas contra a possibilidade de que um molestador de crianças possa
estar observando no banheiro.
Não importa o
quão assertiva ela seja no escritório, se questionará constantemente como mãe.
Olhando para
minha atraente filha, eu quero assegurá-la de que o peso da gravidez ela
perderá eventualmente, mas que jamais se sentirá a mesma sobre si mesma; que a
vida dela, hoje tão importante, será de menor valor quando ela tiver um filho;
que ela a daria num segundo para salvar sua cria — mas que também começará a
desejar mais anos de vida, não para realizar seus próprios sonhos, mas para ver
seus filhos realizarem os deles.
Eu quero que ela
saiba que a cicatriz de uma cesárea ou estrias, se tornarão medalhas de honra.
O relacionamento
de minha filha com seu marido irá mudar, mas não da forma como ela pensa. Eu
queria que ela entendesse o quanto mais se pode amar um homem que tem cuidado
ao passar pomadinhas num bebê ou que nunca hesita em brincar com seu filho. Eu
acho que ela deveria saber que ela se apaixonará por ele novamente por razões
que hoje ela acharia nada românticas.
Eu gostaria que
minha filha pudesse perceber a conexão que ela sentirá com as mulheres que,
através da história, tentaram acabar com as guerras, o preconceito e com os
motoristas bêbados.
Eu espero que
ela possa entender por que eu posso pensar racionalmente sobre a maioria das
coisas, mas que me torno temporariamente insana quando discuto a ameaça da
guerra nuclear para o futuro dos meus filhos.
Eu quero
descrever para minha filha a enorme emoção de ver seu filho aprender a andar de
bicicleta.
Quero mostrar a
ela a gargalhada gostosa de um bebê que está tocando o pelo macio de um
cachorro ou gato pela primeira vez. Quero que ela prove a alegria que, de tão
real, chega a doer.
O olhar de
estranheza da minha filha me faz perceber que tenho lágrimas nos olhos.
— Você jamais se
arrependerá — digo finalmente. Então estico minha mão sobre a mesa, aperto-lhe
a mão e faço uma prece silenciosa por ela e por mim e por todas as mulheres
meramente mortais que encontraram em seu caminho esse que é o mais maravilhoso
dos chamados; esse presente abençoado de Deus, que é ser mãe.
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